terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Esta rua

Nesta rua passam carros muito novos
E entre os novos passam carros muito velhos

E passam pessoas...
E passam pessoas velhas
E passam pessoas novas
(menos velhas do que novas)
As velhas passam cansadas
e as novas passam e não se sabe muito bem como estão...

Passam pessoas...
Passam namorados
Apaixonados, enamorados ou até zangados

Passam namorados agarrados
passam namorados afastados
e passam rapazes que puxam as raparigas arrastando-as
e passam raparigas amuadas com namorados seguidistas olhando para o chão
Será que se amam?
Será que não?

E passam crianças que floriram ainda na última Primavera
E riem ao Sol...

Não percebem ainda que os carros novos têm novas letras
e que os velhos estão prestes a parar
e que quando forem "grandes" escolherão talvez também esta rua para namorar.
Já não passas por aqui desde o dia em que partiste...

Avançaste na imobilidade preemente de já não seres de ti próprio

Fugiste da sombra que era tua e escondeste-te debaixo da terra
Ninguém foi ao teu funeral.
Resta uma pequena flor na tua campa.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

"ahhh... C'est pas vrai...
tu m'a oublié

maintenant qu'est ce que je fais?"

in "Cinema"
Rodrigo Leão

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

"- o que esperas de mim?

sabes que costumo comer em silêncio à mesa..."

- e tu? que esperas de mim?

sabes que( se o quisesses) poderia comer contigo numa mesa de silêncio e disfrutar do mais puro dos banquetes... a tua presença em mim...

onde andas que não te sinto em mim?

- por aí... sem ti!