domingo, 28 de setembro de 2008


"a minha primeira visão da terra foi através da água. Pertenço à raça de homens e mulheres que olham todas as coisas através desta cortina de mar e os meus olhos são a cor da água.
olhava com olhos de camaleão a face mutável do mundo e considerava anonimamente o meu ser incompleto.
lembro o meu primeiro nascimento na água. à minha volta a transparência sulfurosa e os meus ossos moviam-se como se fossem pontas de borracha. oscilo e flutuo nas pontas sem ossos dos meus pés atenta aos sons distantes, sons para além do alcance de ouvidos humanos, vejo coisas que são para além do alcance dos olhos. nasço cheia das memórias dos sinos da atlântida. sempre à espera de sons perdidos e à procura de perdidas cores, permanecendo para sempre no limiar como alguém perturbado por recordações, corto o ar a passo largo com largos golpes de barbatana e nado através de quartos sem paredes. expulsadas de um paraíso de ausência de som, catedrais ondulam à passagem de um corpo, como música sem som. esta atlântida só podia ser novamente encontrada à noite pelo caminho do sonho."




anais nin
in, "a casa do incesto" - assírio e alvim


(foto:darren holmes - "untitled")

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

para irina


























os que conhecem a sombra desde criança reconhecem-se...











(foto:dr.feelgood - "untitled")

terça-feira, 23 de setembro de 2008





























havia noites em que nos maquilhávamos como putas
e nessas noites tínhamos sorte...












(foto:phoibos-"fanatismo espanol")