quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"Gold fish"


Gold fish., originally uploaded by Kodamma.

à minha cabeceira
dorme comigo um aquário insano
onde mergulho nos meus sonos mais fundos...

domingo, 18 de dezembro de 2011

"all your mirrors are doors to other worlds"

e no fim do mundo a imagem embaciada de um vidro partido

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Untitled, originally uploaded by Sophie Van der Perre.

nunca gostei muito de homens bonitinhos, engraçadinhos, limpinhos e penteadinhos...

gosto deles com cicatrizes, rugas, marcas antigas de adolescências difíceis, de olhar difícil, magros de ossos saídos que ao abraçar quase temos medo de quebrar...

o meu amor é uma amor de encardir, de manchar, de poluir, de ser tudo, nada...

o meu amor é não existir...


Milo and orange., originally uploaded by Sophie Van der Perre.

a minha primeira sede foi de laranjas
tu enchias o jarro com água pura
e eu manchava-o com os grumos
das frutas caídas antes de apodrecerem
depois lançava-lhe indiscriminadamente os caroços imberbes para que tu os escolhesses

(se não os rejeitasses eu saberia o quanto me poderias suportar)

a ti que "és feito de esperar": o que se pode esperar da espera?


F1010024, originally uploaded by Adriano Sodré.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

diz-me amor as mortes que o amor traz...


AIPAD NY 2011 - The Photography Show, originally uploaded by j-No.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

acordar os filhos dos outros...


Untitled, originally uploaded by Menina Limão.

acordá-los não é fácil
acordá-los todos os dias numa sala negra
húmida, vidros estilhaçados...


dizer-lhes que a vida existe (outra)
sem pancada
sem medo
sem solidão

mentir-lhes verdadeiramente um bocadinho

roubar-lhes o sorriso que não tinham

retirá-los de uma morte em embrião

chegar-lhes ao coração
sem saber se coração lhes chega

chegar-lhes ao estômago sem pão

acordar os filhos dos outros não é fácil
minutos da semana dispendidos
prazo cumprido
mais um ano
despedida
não sabermos (de facto) se eles crescem...
se eles acordam ou não...

já nem a pele nos salva quanto mais a roupa...


Untitled, originally uploaded by Menina Limão.

das rachas


Untitled, originally uploaded by Menina Limão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Rothko & Woods


Rothko & Woods, originally uploaded by dreaminfinity.

I intend to see things as they are

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Happiness


Happiness, originally uploaded by dreaminfinity.





uma terra assim onde habitar

Home of "the good gentry"


Home of "the good gentry", originally uploaded by cool-baby.

só um bocadinho de lenha...
para me aquecer...

Caroline laughs and it's raining all day,she loves to be one of the girls

Angel Cyanotype


Angel Cyanotype, originally uploaded by cool-baby.

oh please!! i wanna be pure again...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Havia uma senhora simples
que fazia limpeza
nas escadas do meu prédio
um dia descobri que lia poemas
e em vez de pegadas
comecei a deixar-lhe letras
nos degraus




































(foto: norbert ptak - stairs to...)
sei que o amor chega
quando os gatos percebem
que a partir dessa noite
já não podem dormir aos meus pés
































(katia chausheva - untitled)

sexta-feira, 15 de abril de 2011


dobradiças, originally uploaded by sophiarui.

precisava disto... pelo corpo todo...

terça-feira, 12 de abril de 2011


Maneras de matar, originally uploaded by Iñigo E.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

velar


velar, originally uploaded by sophiarui.

sempre esta sensação de estar aquém das coisas

aquém da escrita

aquém da representação

aquém da pintura

aquém da leitura

aquém...

da vida... deste velar permanente pelas coisas intactas...

domingo, 27 de março de 2011

handcufflinks with six degrees of separation

se te falasse da minha mão inteira
talvez não tivesse que a imobilizar em gesso
ou deixar de a tocar por já não se cumprir o ritual

ata-me tudo
menos as mãos

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

desaprendi de viver
já não sei falar nem andar
já não sei conversar com um café em frente

desaprendi de escrever
junto palavras como puzzles
imagens como se fossem filmes inacabados

pronuncio mal as letras
e não já não reconheço os vultos

tenho apenas uma lembrança
que é já uma certeza:
entre a vida e a morte ninguém dará por mim...
há quem diga que o que me mantém no quarto fechado
é a vigilância da morte

eu digo-vos que descobri uma amiga entre as palavras
e nela habitam todas as vozes do mundo





batem à porta: ouço
é ela - deixem a solidão entrar monstros meus!

sábado, 12 de fevereiro de 2011


talvez já te tenha dito isto:
ainda antes de o mundo ter acabado
connosco dentro
eu já nada esperava que me desses
o mundo acabou e não trouxe nada de novo...

























(foto da obra de frida khalo, "broken column")

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


"a um certo nivel permanecemos orfãos para toda a vida; olhar por crianças é uma maneira de olharmos por nós próprios"

















ian mcewan
in, "cães pretos"