segunda-feira, 29 de agosto de 2005

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

Alguém disse

Alguém disse que hoje o sol não iria nascer...

Alguém disse que hoje o dia deixaria a palavra finito...

Alguém disse que a unidade não existe e que a eternidade é Alta demais para se alcançar...

Quebrou-se o silêncio com as águas geladas do vazio solidificado

o respeito deixou de existir por minutos contados ao relento, num desmaio que não se sabe quanto tempo dura

que venha a mágoa mas que o vento a leve...

Se alguém quiser dizer agora alguma coisa peço apenas que se cale...

Quero um silêncio desabrigado mas quente!
Quero que o sol venha mesmo que seja noite!
Amanhã o dia derretido saberá ainda a pouco...
Estes meus silêncios habitados que só me deixam o respeito...
a ideia de que alguém imprescrutável existe lá!
...não se sabe onde, nem quando, nem como..

o vazio solidifica-se na sombra do inesperado...

pedra de gelo difícil de derreter no mio do frio...

onda que embala o vento numa maresia de negro

(Junho 2005)
o dedilhar desenfreado dos teclados prestes a explodir...
dedos já sem tino
palavras automatizadas
formatadas, digitalizadas, num simples passo

"enter"
"enter"
"enter"

Entramos onde, quando, em que espaço...

Apenas um monitor à nossa frente

Falta a luz
Deixemos as palavras descansar

(Maio 2005)