quinta-feira, 29 de setembro de 2005
a aprendizagem da felicidade
deviamos aprender desde pequenos acerca da beleza...
acerca da beleza que a própria fragilidade pode conter...
acerca da felicidade...
porque a felicidade é também uma escolha...
que se aprende...
devagar...
lentamente...
com a beleza do que fomos, do que somos, do que podemos vir a ser... (ou não...)
devíamos aprender desde pequenos certas coisas...
mesmo aquelas que nunca poderemos vir a aprender... (aqui...)
(foto: angelle)
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
retrato inquebrável
reencontro-te sempre nos destroços de mim!
Sorris-me e dizes-me ao ouvido: "Até breve!"
depois soltas uma gargalhada profunda e contagiante e sais a correr num vestido branco que esvoaça até se perder de vista...
é engraçado...
...só me lembro de te ouvir "gargalhar"quando ainda éramos crianças e "ninguém estava morto" (por dentro... por fora)
Dizem que quem morre jovem permanece jovem eternamente...
Guardo cá dentro o teu retrato... emoldurado no que deixaste em mim!
(foto: angelle)
o dia em que morreste para te sentires viva
Vigiávamo-nos mutuamente...
eu para que vivesses
a mãe para que continuasses viva
tu para que te deixássemos morrer
fingiste dormir
querias dormir eternamente
acreditámos que dormias só por instantes
levantaste-te em surdina
escolheste a hora da troca
(eu e a mãe fazíamos turnos para te vigiar...tu sabias...)
calculaste a hora!
nesse dia cheguei tarde
nesse dia a mãe partiu cedo
(mentiras com que nos enganamos ainda hoje)
para ti era tarde demais para ser cedo
(ainda sentimos a culpa de não saber se devíamos chegar ou partir)
escolheste aquela linha... um caminho...
(tinhas escolhido vários e nunca resultara - será porque te vigiámos sempre?)
encostaste o pescoço junto ao ferro...
(deves ter sentido o chegar da morte
deves ter sentido o chegar da vida)
o comboio passou...
descobrimos que se chega sempre tarde
e que o longe é sempre perto demais
lembro-me de um punhado de terra que te lancei na campa
e todos os dias vejo na mãe a lágrima que nunca cessa!
(foto: luís ferreira)
sábado, 17 de setembro de 2005
"Silêncio. Gostava de conseguir um grande silêncio. Por fora e por dentro. Grande e profundo como a morte. Um sono absolutamente branco. E um dia ser despertada por um pingo de sol. E voltar limpa a fazer tudo de novo.Tudo. Ser em cada momento do tempo o fim e o príncipio de tudo."
Carlos Alberto Machado
Aquitanta
(foto: alberto monteiro)
terça-feira, 13 de setembro de 2005
a terra que vem de ti
Irrompeste da terra como uma flor inesperada que ainda não conhece as suas próprias raízes...
(estive encostada ao chão durante muito tempo tentando escutar-te... nunca te ouvi... e quase adormeci ali ao relento... )
Quando irrompeste senti o odor da terra molhada
do Outono... da minha casa...
conheci-te no Verão com um calor imenso
e isso é estranho ...
porque sempre tiveste esse cheiro...
desde aí que rego a terra para que não perca esse odor...
(foto: ernesto timor)
quinta-feira, 8 de setembro de 2005
sexta-feira, 2 de setembro de 2005
o jogo
Subscrever:
Mensagens (Atom)