lembro-me das tuas mãos
o esgalhar do desejo
a mão fechada espremendo o meu peito como a uma laranja
como se me quisesses possuir por dentro e isso tivesse que sair para fora
para que ficasses com a minha alma nas mãos
(já a tens, não vês?)
as mãos...
lembro-me das mãos
quietas
poderiam estar sobre um violino cansado
sobre um piano assombrado
ou sobre uma harpa alada
lembro-me bem das tuas mãos
vê! podes construir um castelo e um barco
podes envolver um gesto
ou cantar palavras pelas mãos
mas sempre, queria sempre as tuas mãos entre/sob/dentro
das minhas mãos inteiras!
(foto: elena retfalvi - "ars amandi)
2 comentários:
Perdóname. Me perece que sólo las palabras de G. A. Becquer hacen honor a estos tus bellísimo versos.
"Del salón en el ángulo oscuro,
de su dueña tal vez olvidada,
silenciosa y cubierta de polvo,
veíase el arpa.
¡Cuánta nota dormía en sus cuerdas,
como el pájaro duerme en las ramas,
esperando la mano de nieve
que sabe arrancarlas!
¡Ay!, pensé; ¡cuántas veces el genio
así duerme en el fondo del alma,
y una voz como Lázaro espera
que le diga «Levántate y anda»!"
Un fortísimo abrazo.
'Podes envolver um gesto'...
Palavras que poderão gerar outras paisagens...
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