quarta-feira, 27 de setembro de 2006


quando estou contigo sinto aquele frio rasgado no ventre
os pés levantam com se levitasse
os olhos fecham instintivamente
o tempo pára
a cabeça reclina sobre um dos ombros teus
e eu deixo finalmente de ser quem nunca fui




quando estou contigo é sempre outono...




(foto: lilya corneli - "winter's days series" - work with maria mann)

5 comentários:

Anónimo disse...

Como é bom cair, tal qual as folhas dessa estação, na letargia do amor...

Joana Guerra disse...

Por coincidência com este belo texto, há pouco dizia a um homem que conheço: "és como as árvores que, na passagem do verão para o outono, mudam. Começam a perder as folhas e a ranger à noite." Isto é verídico. Gosto muito do que escreves. Gosto de densidade!

Anónimo disse...

Bom muito bom! Bem apropriado ;)

Não resisisto a deixar um rasgado elogio

Anónimo disse...

Maldição! este comentário era par o tolentino.

Decididamente não acerto com esta coisa.

Anónimo disse...

bem me parecia!!! he he he

abraço

;)