terça-feira, 7 de julho de 2009


não sabia se a tinham marcado à nascença
ou se eram vincos que a vida lhe trouxera mais tarde

escutava da sua redoma:
cá fora ouviam-se bruxas
numa praça de alcagoitas
rasgando folha a folha
as mezinhas para o chá

saía então à rua
nesses dias crescentes de circuitos fechados
e por duas moedas pequenas
comprava as ervas que fervia na pouca água que tinha
para se purificar

o muro empedrado
(intrasponível para a maior parte das criaturas)
era agora um monte de pedras
e a casa onde tomava o vaporoso líquido
era a ilusão de que um dia
poderia ser cadela
num mundo de cão








talvez a víria que trazia no braço
pudesse contar a sua estória silente









(foto: sophiarui: "retrato de víria veraz")

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