à minha cabeceira
dorme comigo um aquário insano
onde mergulho nos meus sonos mais fundos...
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
nunca gostei muito de homens bonitinhos, engraçadinhos, limpinhos e penteadinhos...
gosto deles com cicatrizes, rugas, marcas antigas de adolescências difíceis, de olhar difícil, magros de ossos saídos que ao abraçar quase temos medo de quebrar...
o meu amor é uma amor de encardir, de manchar, de poluir, de ser tudo, nada...
o meu amor é não existir...
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
acordar os filhos dos outros...
acordá-los não é fácil
acordá-los todos os dias numa sala negra
húmida, vidros estilhaçados...
dizer-lhes que a vida existe (outra)
sem pancada
sem medo
sem solidão
mentir-lhes verdadeiramente um bocadinho
roubar-lhes o sorriso que não tinham
retirá-los de uma morte em embrião
chegar-lhes ao coração
sem saber se coração lhes chega
chegar-lhes ao estômago sem pão
acordar os filhos dos outros não é fácil
minutos da semana dispendidos
prazo cumprido
mais um ano
despedida
não sabermos (de facto) se eles crescem...
se eles acordam ou não...
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
velar
sempre esta sensação de estar aquém das coisas
aquém da escrita
aquém da representação
aquém da pintura
aquém da leitura
aquém...
da vida... deste velar permanente pelas coisas intactas...
domingo, 27 de março de 2011
handcufflinks with six degrees of separation
se te falasse da minha mão inteira
talvez não tivesse que a imobilizar em gesso
ou deixar de a tocar por já não se cumprir o ritual
ata-me tudo
menos as mãos
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
já não sei falar nem andar
já não sei conversar com um café em frente
desaprendi de escrever
junto palavras como puzzles
imagens como se fossem filmes inacabados
pronuncio mal as letras
e não já não reconheço os vultos
tenho apenas uma lembrança
que é já uma certeza:
entre a vida e a morte ninguém dará por mim...