à minha cabeceira
dorme comigo um aquário insano
onde mergulho nos meus sonos mais fundos...
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
nunca gostei muito de homens bonitinhos, engraçadinhos, limpinhos e penteadinhos...
gosto deles com cicatrizes, rugas, marcas antigas de adolescências difíceis, de olhar difícil, magros de ossos saídos que ao abraçar quase temos medo de quebrar...
o meu amor é uma amor de encardir, de manchar, de poluir, de ser tudo, nada...
o meu amor é não existir...
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
acordar os filhos dos outros...
acordá-los não é fácil
acordá-los todos os dias numa sala negra
húmida, vidros estilhaçados...
dizer-lhes que a vida existe (outra)
sem pancada
sem medo
sem solidão
mentir-lhes verdadeiramente um bocadinho
roubar-lhes o sorriso que não tinham
retirá-los de uma morte em embrião
chegar-lhes ao coração
sem saber se coração lhes chega
chegar-lhes ao estômago sem pão
acordar os filhos dos outros não é fácil
minutos da semana dispendidos
prazo cumprido
mais um ano
despedida
não sabermos (de facto) se eles crescem...
se eles acordam ou não...