vejo-os sôfregos. procurando os bancos novos vermelhos e azuis da cp. arrastam-se. talvez tenham que ir buscar os filhos às amas ilegais e remungonas por mais um dia de atraso no pagamento e na hora.
sento-me, sinto-me uma burguesa por me conseguir sentar em tão grande multidão. aquele ali passa fome, sente-se nos olhos que passa fome. (às vezes chego-me a sentir culpada por ainda ter pão na mesa quando chegar ao destino, mas enfim... o mundo não é perfeito e eu também não.)
gosto particularmente dos jovens pueris e no auge da vida a falar da crise e vagamente de abril, ao mesmo tempo que escrevem sms's às namoradas em telemóveis topo de gama pagos pelos pais-classe-média-baixa como sinal de avanço tecnológico.
dizem que a linha de sintra é insegura, mas eu sempre andei nestes comboios como se caminhasse no corredor da casa que não tenho. faz frio, e hoje até é bom vir no comboio em hora de ponta. aquece.
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