What sorrow
beside your sadness
and what beauty
W.C.WILLIAMS
Demasiadas coisas receberam tuas pálpebras
a atenção consumiu-te as pestanas
Demasiados caminhos te repetiram
apertada, perseguida.
A cidade dos séculos te devora
para ti entrevê, sonho e destruição
de luzes e chuvas, lágrimas já senis
sobre a rapariga que passa
febril, indomável, dobrando o tempo, dobrando uma esquina.
Regressa! Gritam os velhos de Nossa Senhora do Pranto,
a ronda da piscina de Siloé
com os cães, os híbridos, os espectros
que não se conhecem mas que tu sabes
enraizados contigo
na glute azul do asfalto
e crentes em tua flor que arde, branca --
porque todos vivemos de estrelas extintas.
a atenção consumiu-te as pestanas
Demasiados caminhos te repetiram
apertada, perseguida.
A cidade dos séculos te devora
para ti entrevê, sonho e destruição
de luzes e chuvas, lágrimas já senis
sobre a rapariga que passa
febril, indomável, dobrando o tempo, dobrando uma esquina.
Regressa! Gritam os velhos de Nossa Senhora do Pranto,
a ronda da piscina de Siloé
com os cães, os híbridos, os espectros
que não se conhecem mas que tu sabes
enraizados contigo
na glute azul do asfalto
e crentes em tua flor que arde, branca --
porque todos vivemos de estrelas extintas.
cristina campo
"o passo do adeus"
assírio e alvim, 2002
tradução: josé tolentino mendonça
(foto: alberto monteiro
série - "o vazio também é lugar")
"o passo do adeus"
assírio e alvim, 2002
tradução: josé tolentino mendonça
(foto: alberto monteiro
série - "o vazio também é lugar")
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